Entrevistas

“Ser constante, disciplinado e bom engajamento”, diz criador de O Ano É sobre segredo da criação de conteúdo

O ano era 2013. As redes sociais se tornavam protagonistas em momentos que marcaram a política brasileira: Junho de 2013, Copa das Confederações, sorteio de grupos para a Copa de 2014. Lembra?

E foi naquele ano que uma das páginas brasileiras mais conhecidas do Facebook ganhou notoriedade a nível nacional, a “Este É Alguém”.

O responsável por ela é Victor Nogueira, técnico em Marketing e estudante de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda. Victor é criador de conteúdo para a internet desde 2009, quando a partir de um pequeno blog de humor, viu a oportunidade para migrar para o Facebook e criar conteúdos em fanpages sempre como um hobby.

E apesar de a página ter feito mais sucesso em 2013, a “Este é Alguém” foi criada em 2012, com 1 milhão de seguidores após um mês de criação. Agora, sete anos depois, veio a “O Ano É”, outro projeto que também logo ganhou repercussão. Conversamos com Victor sobre a página, confira:

Como surgiu a ideia da página? Quais foram as influências para a criação?

Já existia na internet um certo meme em que as pessoas falavam coisas do passado iniciando o texto com “O ano é…”. A partir disso, então, eu resolvi contextualizar melhor inserindo ilustrações. A O Ano É seria apenas uma vertente de conteúdo de uma outra página minha, a Este é Alguém, mas depois percebi que o projeto funcionaria bem sozinho e fora da página principal.

Atualmente você gerencia outras páginas do mesmo estilo? Se sim, tem sido pra você uma forma de negócio em meio ao mundo digital?

Páginas ativas tenho Este é Alguém e O Ano é, e considero uma forma de negócio digital sim, apesar de ser home office, eu sigo uma rotina fixa de horários para fazer esse trabalho.

Como é a rotina de criação? Após meses da criação, o processo tomou mais forma com a experiência? (Ideia/Conceito > Criação > Publicação e Análise dos resultados).

Eu iniciei a página sozinho, apenas com algumas ideias de coisas que eu lembrava da minha infância, com o tempo o público passou a sugerir bastante coisa e hoje também conto com a ajuda de um amigo ilustrador, Heitor Fraga, que participa da produção também.

Depois de formar a ideia, nós abrimos o Photoshop e inserimos o texto no molde padrão da tirinha, depois buscamos imagens para inspirar a ilustração e então desenhamos as cenas, geralmente em 4 quadros, colorimos e então postamos no Instagram e Facebook. Os resultados têm sido bem interessantes, o engajamento do público é incrível.

Qual o maior retorno que a página trouxe pra você e te marcou? Tanto de negócio, caso aconteceu, ou pode ser de um feedback/episódio relacionado à página.

Eu recebo centenas de mensagens no Instagram sobre pessoas que tiveram lembranças incríveis lendo as tirinhas da página, e isso sempre me deixa bastante empolgado, pois com isso cumpro o meu objetivo: trazer lembranças boas para as pessoas.

Falando de negócios, tivemos um trabalho de produção de tirinhas para Paris Filmes e Nescau. A gente contextualiza a marca sem sair do nosso formato, fazendo uma publicidade realmente interessante para o público, e o feedback disso também tem sido bem interessante.

Quais as perspectivas e futuro da página?

Primeiramente continuar com o conteúdo nostálgico que acredito que sempre funcionará bem, mas também pretendemos usar a página para conteúdos mais históricos, divulgação científica e conhecimentos gerais através do humor.

Pretende seguir na área? Quais seus planos?

Apesar de a internet parecer um tanto quanto instável, em que as coisas parecem sumir e desaparecer cada vez mais rápido, eu pretendo seguir na área e, para isso, sempre buscar inovar na forma de produzir conteúdo. O segredo para isso é ser constante, disciplinado e buscar sempre ter um bom engajamento, não pensando em números, mas interações reais.

Mais lidas

INÍCIO