Não crie um logo, crie uma marca.
Provavelmente você já se deparou com essa citação, seja, em uma palestra, aula ou vinda de algum amigo.
Essa ideia de gerir uma marca e não somente um símbolo é recente. As marcas perceberam que o público não quer mais só o visual ou o status de consumir determinado produto, mas toda a contextualização e o discurso.
Propagandas mais consistentes que abordam de forma humana as necessidades e o desejo de consumo da população, abandonando os estereótipos pela realidade, essa com floreios claro, mas mais próxima da realidade da população.
Gerir uma marca é entender que pessoas querem ouvir falar e se identificar com pessoas. Ver suas necessidades serem retratadas e exploradas de forma humana.
Agora, qual a relação dessa introdução com a “Identidade de Gênero no design e publicidade? ” A representatividade tomou os holofotes nos últimos anos, pessoas normais, com desejos normais começaram a exigir que as marcas abdicassem da comunicação arcaica, onde só o casal hétero é retratado, o corpo perfeito cultuado, o cabelo liso explorado.
A sexualidade e a identidade de gênero avançam a curtos passos no quesito representatividade na publicidade e tecnologia, mas é interessante notar que grandes empresas estão avançando nesse sentido, como é o caso do Google, que inseriu a opção “outro” no item sexualidade no cadastro de e-mail, atendendo a necessidade de pessoas que não se identificam com nenhum dos dois gêneros.
A L’Oréal saiu à frente ano passado ao lançar um vídeo em comemoração ao Dia internacional da Mulher com uma modelo trans, que na data estava celebrando seu primeiro ano como “Valentina”.
Com um discurso coeso, a marca ressaltou uma necessidade social, pessoas trans precisam ser vistas e ouvidas e ao mesmo tempo, deu a marca um novo conceito diante da sociedade, transmitindo para o público em geral, que a L’Oréal não é somente uma empresa de cosméticos, mas uma marca humana.
Precisa ser visto na publicidade a mesma “invasão” que está ocorrendo na música, onde cantoras Trans como a Pablo Vittar ou Lia Clark alcançaram o estrelato e a mídia, dando voz a multidão de pessoas normais que precisam ser ouvidas e se sentirem representadas.
Portanto, é importante se atentar à representatividade e dar voz para pessoas antes não ouvidas. Além de dar voz à causa, isso tem fortalecido marcas antes distantes do público.