Conhecidas pela beleza, forma física e atitudes, elas ganham espaço também no ramo criativo
Muitas vezes, na atual sociedade, as únicas características levadas em consideração quando se trata delas, as mulheres, são as características físicas. E é em meio a essa cultura que nesta quarta-feira (8) se comemora mais um Dia Internacional da Mulher.
Criado no fim do Século XIX e início do século XX nos Estados Unidos e Europa, em busca por melhores condições de vida e trabalho e até direito ao voto, na época, a data se tornou pauta para veículos de comunicação e estratégia em se tornar uma data comercial. Para fugir desse discurso e trazer uma abordagem diferente, a jornalista curitibana Gabriella Fonseca teve a ideia de reunir trabalho de designers mulheres de várias partes do país.
A ideia
O tema surgiu durante a reunião de pauta da agência Aupex e queria trazer inspirações a designers que tem um grande apreço pela a profissão.
Os projetos
“Como achar trabalhos de designers mulheres de diversas partes do país?”. Foi com o auxílio das redes sociais que Gabriella encontrou humildemente, segundo ela, mais de 130 indicações de projetos.
“Me surpreendi com o feedback, é bonito ver as pessoas indicando amigos, falando das suas qualidades no trabalho e desejando o sucesso do próximo”, conta a jornalista.
Depois de recebido os trabalhos, a maior satisfação para ela foi perceber a qualidade dos projetos. “O que eu senti foi uma vontade enorme dessas meninas colaborar com o blog e se expressarem, espero que seja um bom gatilho – que hajam mais trocas de referências e trabalhos de mulheres no design”.
Selecionamos alguns dos trabalhos enviados pelas designers. As resoluções das imagens dependeram do envio da criadora do projeto.
As designers
Apesar de ser jornalista, Gabriella diz que já trabalhou com várias profissionais do design e traça um perfil da sua experiência. “Geralmente são criativas (não é clichê), determinadas e meio sonhadoras. Temos várias designers atuando em mais de um ramo, isso é maravilhoso, não se limitar, estar sempre em busca de se reinventar, com a arte sempre presente, seja tatuando, esculpindo, pintando quadros, grafitando ou passando horas diagramando um cartaz de show”, afirma.
A importância da representatividade da mulher no meio criativo
Em meio a uma área com maior presença de homens, a jornalista afirma que as mulheres precisam confiar e acreditar mais em seus trabalhos. “Se unir, montar agências juntas, empreender, arriscar. Existem muitas profissionais, mas muitas mesmo, excelentes, que só precisam de uma chance para mostrar a que vieram”, desafia.
Sobre campanhas machistas, Gabriella afirma que atualmente existe uma falta de humildade em questionar uma mulher para verificar se certa campanha possui algum tom ofensivo.
“Quase toda empresa de comunicação tem uma mulher, do atendimento à direção de arte. Uma campanha inteligente não precisa depreciar um sexo para se sentir superior. As mulheres precisam ser ouvidas e isso não é uma guerra dos sexos, é apenas questão de respeito, de direito”, finaliza.