Senta, que lá vem história…
Para falarmos de motion, precisamos primeiro voltar a 1940 e entendermos toda a trajetória evolutiva. A história por traz do grafismo em movimento (tradução livre para motion design) ganha corpo quando Oskar Fischinger e Normam McLaren começam a desenvolver seus primeiros e autorais vídeos experimentais.
Oskar é conhecido como o mago da animação, o cineasta é afamado por utilizar técnica de stop motion em suas animações, e por sua marca assinada, experimentos visuais que misturavam forma, cores e movimento.
Em um dado momento de sua carreira, chegou a trabalhar com Wall Disney, mas desistiu pouco tempo depois, pois preferia a liberdade que seu estilo próprio possibilitava.
Outro nome importante na história é o animador Normam McLaren, responsável por criar a técnica que marcou a história da animação, a Pixelização. Hoje popularmente conhecida como Stop Motion.
Normam teve uma carreira marcada por premiações e grandes feitos. Trabalhou com a banda os Beatles na produção do clipe Yellow Submarine. Em 1953 ganhou o Oscar de melhor curta em live action por Neighbours (Vizinhos), reconhecido como sua obra prima.
DOTS-1940-Norman McLaren from cinesincamara on Vimeo.
Outros nomes foram essenciais para o crescimento da área, como Saul Bass, cineasta conhecido por popularizar o motion ao trabalhar com grandes nomes do cinema como Alfred Hitchcock, Otto Preminger, Stanley Kubrick, entre outros.
Georges Méliès, ou como é conhecido, “Pai dos Efeitos Especiais”, usou de técnicas avançadas para época, como stop motion, ângulos e corte de câmeras inovadores, e transições, que foram sendo aperfeiçoados com o tempo.
O mundo precisa de movimento
O motion design é o ramo da área responsável por dar vida e animar elementos gráficos. O segmento tem ganhado força nos últimos anos com o advento do marketing digital, que utiliza vídeos como principal forma de conteúdo.
O vídeo é uma compilação entre imagem, movimento e música, e entender essa composição é perceber o porquê do sucesso da área. O usuário prefere ver um vídeo, ou conteúdo animado como gif a ver uma imagem com texto, e principalmente, ler um bloco estativo de palavras.
80% dos visitantes de uma página web assistem a um vídeo, enquanto apenas 20% lêem de fato um conteúdo textual.
brainshark.com
Nem só de redes sociais vive um motion designer, na verdade a área é bem ampla, e podemos encontrar profissionais com essa expertise na televisão (Produção de vinheta, infográfica animada, identidades visuais, filmes e pós-produção), em agências de publicidade, estúdios de animação, e até mesmo em empresas especializada em desenvolvimento de jogos.
Um profissional da área deve ter alguns conhecimentos básicos que excedem os normalmente cobrados nos demais segmentos.
Tratando de softwares o pacote da empresa Adobe é um dos mais conhecidos. Além do básico, Photoshop e Illustrator, o profissional deve dominar After Effects e Premiere, além do muito temido Cinema 4D, que possui uma ótima integração com os demais.
Com o tempo é interessante atualizar e complementar o currículo, aprendendo software de modelagem como Maya, Zbrush, Blender e outros. Eles abrem um novo leque de possibilidades, além disso, ter esse conhecimento é um diferencial no mercado, pois muitos profissionais dominam conhecimentos básicos.
Alguns designers ainda conhecem ferramentas de animação 2D tradicionais, como Toon Boom e o Animate CC. Normalmente esses profissionais atuam como animadores de filmes, desenhos e vinhetas.
É importante ressaltar que animação é motion são diferentes. A animação segue um padrão narrativo estabelecido pelo storyboard, nela os personagens giram em torno de um propósito pré-estabelecido que é desenvolvido ao longo da narrativa. Já o Motion pode ter um storyboard, mas não obrigatoriamente, e usa elementos gráfico, grafismos, e sound design para informar, construir uma narrativa, que tenha sentido ou não.
Os canais acima postam tutorias e alguns oferecem cursos gratuitos/pagos dos softwares citados, é interessante para quem está iniciando, ou mesmo, procura reciclar-se. Neles é possível aprender o básico do After, como iniciar uma composição, animar shapes, desenvolver vinhetas, e o avançado, como utilizar plugins nativos para desenvolver animação de personagens.
Além de conhecer os softwares, é importante que o Motion Designer tenha uma excelente bagagem de referências. Afinal, criatividade é fruto do substrato social, tudo aquilo que vemos, ouvimos, lemos e presenciamos nos inspira.
Em um ramo movido a novidade e movimento, é essencial estar atualizado e conhecer o que os profissionais em destaque estão desenvolvendo, para auxiliar nesse processo, abaixo alguns portfólios.
As opiniões expressas no artigo são de responsabilidade do autor
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Referências
Brelaz.tv, Tutano.Trampos, Matilde Filmes
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