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Como serão os sites quando a interface de voz for uma realidade?

Me pego fazendo essa pergunta toda vez que vejo aquele ícone de microfone do Google no meu celular. Como a interface visual será apresentada quando os mecanismos de voz estiverem totalmente indexados aos conteúdos online? Como a gente vai desenvolver o design de interface dos sites para que esse fluxo aconteça de forma simples e usável?

As vantagens dos recursos de voz online

Se você tem filhos pequenos que ainda nem leem, já percebeu que eles conseguem buscar qualquer coisa através do Google. Eles apertam o ícone de microfone no Google do seu celular e falam o que querem. A interface de voz, além de facilitar o processo de busca, possibilita a interação sem precisar usar as mãos como dirigindo um carro, aumenta a quantidade de pessoas, já que analfabetos e cegos conseguem acessar o conteúdo. Em outras palavras, favorece muito a inclusão social e a acessibilidade de portadores de deficiência aos meios digitais.

Hoje em dia, ao falar: “OK, Google”, o aplicativo inicia e já fica esperando a sua pergunta (No meu caso, esse aplicativo liga do nada, me dando a impressão que eles estão me monitorando a todo instante, rs). A partir daí, é só falar o que você quer, que o aplicativo te mostra diversos conteúdos relacionados a sua pergunta. E o que é melhor para os desenvolvedores, a Google já disponibiliza o acesso ao API do Speech através deste link. Essa API tem suporte a mais de 80 idiomas e trabalha com os mais diversos tipos de aplicativos.

Então, não dá para ignorar um futuro onde a interface de voz está fadada a dominar a busca por conteúdos. Mas, será que os sites estão preparados para isso? Como poderíamos estudar a usabilidade dos nossos sites para que eles contemplassem essa busca? Será que nossos modelos atuais de organização hierárquica, baseadas em categorias seriam a melhor forma de estruturar e disponibilizar esse conteúdo, já que a busca é por uma pergunta direta?

Folksonomia x Taxonomia

Para começarmos a tentar imaginar esse futuro, primeiro vamos entender um conceito que já exite há um tempo e está presente na arquitetura da informação de um projeto web, porém poucas pessoas falam: A Folksonomia e a Taxonomia.

A Folksonomia tem como objetivo a construção de uma indexação a partir da linguagem verbal natural da comunidade que a utiliza. Ela permite a cada usuário possa classificar uma informação com diversas palavras-chaves e que possam ser criadas relevâncias destas mesmas palavras-chave a partir do momento que são buscada. Assim você consegue criara uma relação direta entre o conteúdo produzido e a palavra desejada por usuários. Essa metodologia é vista em diversos blogs, através de seu “tageamento” (as tags ou marcadores de cada artigo) e as relevâncias das palavras buscadas.

Já a Taxonomia clássica define primeiramente as categorias do índice para depois encaixar as informações em uma delas, como num organograma simplificado.

Quando analisamos as duas, o uso da folksonomia tem diversas vantagens em comparação à taxonomia, visto que se organizássemos em um blog, por exemplo, apenas a forma de organização hieráquica, seria extremamente cansativo ficar navegando pelas categorias e subcategorias para achar algum item relevante. Ainda mais quando o conteúdo é extremamente amplo. Um campo de busca com os conteúdos e artigos bem indexados com suas palavras-chaves bem pensadas são fundamentais para o sucesso da navegabilidade do site.

Mas será que é esse o futuro dos sites? Uma página inicial simples com uma busca verbal e diversos conteúdos respondendo perguntas diretas? Será que aqueles layouts maneiros, bonitos, serão trocados por conteúdos diretos e secos para que consigam ser traduzidos de forma verbal e prática para quem busca?

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