Projeto teve cinco etapas e desafiou habilidade e disciplina de ilustrador peruano
A ideia surgiu por acaso. Luiz Guizado, ilustrador peruano navegava na internet, procurando por novos desafios à sua carreira profissional. Ele tinha conhecimento de que ocorriam desafios mensais na comunidade do design e ilustração, por isso foi à procura de oportunidades para expressar seu trabalho de uma nova forma.
Não demorou muito para o peruano encontrar o “36 Days of Type”, um projeto que surgiu em Barcelona e que convida designers e artistas gráficos para fazer sua própria interpretação do alfabeto e números. “Decidi participar, porque achei que era uma excelente oportunidade para fazer as duas coisas que mais amo: ilustração e criação de personagens”, conta.
Visto a oportunidade de também se divertir, o ilustrador deu início às cinco etapas de criação. Luiz não as registrou, mas contou como aconteceram:
1ª – Pesquisa: o estágio inicial consistiu em pesquisas e pesquisas de referência. “Pinterest, blogs, Behance são fontes incríveis de inspiração de informações visuais para os designers, diz ele. “Para este estágio, também procurei referências em livros de ilustração e tipografia”.
2ª – Criação de rascunhos, esboços e ideias: “este é um palco para se divertir muito experimentando e tendo muita liberdade para tentar tudo”.
3ª – Seleção: A seleção dos desenhos que foram considerados os melhores, redesenhando-os de forma mais detalhada e, em seguida, digitalizando-os com a ajuda de um scanner.
4ª – Do analógico para o digital: “então eu comecei o processo de desenho de vetores no computador com o Adobe Illustrator.
5ª e última etapa: consistiu em aplicar e selecionar a melhor combinação de cores e adicionar alguns detalhes finais.
“Eu trabalhei nas ilustrações durante noites após horas de escritório, ou sempre que eu tive algum tempo livre. Para mim, as noites são definitivamente mais produtivas e confortáveis para trabalhar, porque há menos distrações em relação ao dia”, conta.
Segundo Guizado, o projeto tinha dois objetivos: o primeiro em nível profissional, porque o ilustrador desejava expandir seu portfólio com um projeto interessante, além de refletir a paixão pelo design e ilustração de personagens. Enquanto o segundo objetivo era em um nível pessoal, tudo para proporcionar novos desafios em sua carreira.
“Eu tinha que ilustrar um tipo todos os dias, exigia um certo nível de disciplina e compromisso. Além disso, era um desafio gerar novas ideias para cada personagem, para que tivessem suas próprias qualidades e ser únicos”, relata.
O design no Peru
Com ascensão e crescente valorização, a situação da área no Peru aparenta estar passando por mudanças. O ilustrador conta que atualmente há estúdios de design, artistas, designers e ilustradores que se tornaram referências locais e internacionais. Além disso, foram criados eventos e conferências onde a comunidade de design pode compartilhar suas experiências e os membros podem aprender uns com os outros.
“É muito encorajador ver maior valorização e reconhecimento para o design no país, se comparado anos atrás”, afirma.
Esse novo cenário, segundo ele, ocorre por meio das redes sociais e a internet, que ajudaram a compartilhar o que está sendo feito no país em nível de design.
Apesar desse novo momento, Luiz comenta que ainda há o que avançar. Isso porque, “obviamente”, ainda há casos em que a profissão não é altamente valorizada. “Mas esses casos têm se tornado menos e menos”, finaliza.