A gigante do streaming Netflix lançou essa semana a série documental mais aguardada pelos amantes, profissionais e aspirantes a artista – Abstract: The art of design. Com oito episódios em sua primeira temporada, ela aborda diferentes ramos do design, seja ele gráfico, produto, moda ou mesmo motion.
O primeiro episódio acompanha o ilustrador Chistoph Niemann, um dos mais conceituados e criativos no segmento editorial. Com uma abordagem leve e reflexiva, os 47 minutos “passam voando”. No final você tem uma “mala cheia” de boas reflexões a respeito da importância do processo criativo. Esse artigo é justamente algumas boas lições que guardei em “minha mala”.
Eu sou maníaco por controle e adoraria criar a fórmula perfeita para criar uma arte, mas não funciona assim.”
Se o objetivo fosse resumir todo o episódio em uma única frase, usaria a citação acima do próprio Chistoph. A verdade é que não existe uma fórmula perfeita para desenvolver um trabalho inovador. Dar três pulinhos, apontar o lápis cinco vezes, tomar quatro copos de água, nenhuma “mandinga” nos leva à arte ou à ideia perfeita. Elas surgem a partir de muito esforço, estudo e trabalho.
E as boas ideias que surgem nos últimos minutos? Até mesmo elas, acredito que são fruto do substrato cultural que adquirimos no decorrer da vida, são informações que lemos em livros, experiências vividas e emoções sentidas que naquele momento não parecem ter aplicações, mas no futuro sua mente as resgata.
Abstrair elimina o desnecessário e te leva a transcender o mar de críticas que está diante de você
Experimentar algo novo, usar novas cores, materiais, testar novas tecnologias em trabalhos que já desfrutam de uma metodologia própria são desafios e medos constantes de qualquer profissional, principalmente quando o modelo já existente é funcional.
O medo de testar o inovador e falhar é o “demônio” constante no ombro esquerdo. E como burlá-lo? Abstraindo, testando as ideias mais loucas e inovadoras sem a pressão de ser bem-sucedido, pelo simples desejo de experimentar. Abstrair é justamente abrir mão do bloqueio causado pelas críticas excessivas e o medo de errar.
Faça diferente, quando tiver a sensação de que ninguém acertou ainda
A revolução nasce do desejo de mudança. Quando o normal e o comum não bastam e dentro do peito você é tomado por um inconformismo gigantesco. Não fique preso aos padrões, às respostas prontas, ao básico. Se a tecnologia que existe ainda não supre sua necessidade, reinvente-a. Se o pincel não dá a textura necessária, mude de material, se faltam tipografias realmente consistente, desenvolva melhores.
Design é sobre pensar no extraordinário e aplicar na vida real, então, reinvente seus materiais, suas técnicas, teste o novo, mas principalmente, reinvente-se todos os dias, porque a inspiração é fruto do substrato social.