Após sete meses de concurso, a capital do Brasil ganhou na última semana uma marca oficial. Foram mais de 900 inscrições e cerca de 500 pré-selecionadas, restando somente três na etapa final, em novembro.
A opção foi escolhida por 46% do público votante, formado por cerca de 1.800 participantes.
O concurso foi promovido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio), com apoio de instituições de nível superior, agências de publicidade, fundações e entidades ligadas ao setor produtivo.
Chamado de “Skyline”, o projeto foi feito pelos alunos do Centro Universitário IESB Igor Guimarães Borges e Matheus Gomes de Vasconcelos, que receberam R$ 20 mil pela submissão. A partir de agora, essa será a representação da capital federal para o mundo e deverá ainda ganhar outros materiais, como o manual de aplicação de marca.
Ao Design Conceitual, Igor Borges, estudante do último semestre do curso de design gráfico, conta que a proposta foi criada, a princípio, como um projeto de faculdade para uma cerveja artesanal fictícia chamada “Brazilla”.
Para que se encaixasse no edital, o trabalho de adaptação durou algumas semanas, chegando então ao resultado final. Apesar das mudanças, a dupla ainda acreditava que a marca era futurista demais e não chegaria à etapa final do concurso. “A princípio achamos que iria priorizar algo mais tradicional”, afirma.
Com a surpresa do resultado, Igor espera que a proposta, agora escolhida, fique marcada na história da cidade.
“Uma marca que eu acredito que vai ficar marcada e ser usada por toda a população em qualquer coisa relacionada à cidade, então é um orgulho enorme além de grande visibilidade”, diz.
Já Matheus Gomes de Vasconcelos, bacharel em design gráfico e estudante de arquitetura e urbanismo, conta que o projeto traduz a visão de cidade por meio da arquitetura. “É a marca da cidade ou do país, muitos lugares do mundo são reconhecidos pelos seus monumentos e a marca permite transmitir isso, mesmo que de forma sutil”, comenta.
O conceito
Segundo os criadores, a tipografia do logotipo traz as cores azul, branco e laranja (somente como plano de fundo), devido à ligação com a cidade. Enquanto o branco predomina na maioria dos monumentos e o azul vem do céu, dos vitrais e espelhos d’água. Por fim, o laranja lembra o pôr do sol do Cerrado.
À Instituição de Educação Superior de Brasília (IESB), Cláudia Maldonado, integrante da Câmara Temática de Turismo e Hospitalidade da Fecomércio e presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do DF (ADVB/DF), disse que a escolha popular por uma marca não óbvia, mas que, ao mesmo tempo, consegue expressar as características de Brasília, reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, mostra que a arquitetura da cidade é um marco. “Trabalhamos bastante para chegar à escolha final. Ficamos contentes com o resultado, pois representa bem Brasília. O mais importante é que ela faz as pessoas pensarem sobre a cidade e incentiva o sentimento de pertencimento”, afirmou Maldonado.
Próximos passos
Para o futuro, Igor acredita que a marca vencedora pode alavancar sua carreira. Inclusive, já rendeu novos projetos freelancer, mas ainda pequenos. “Esse prêmio veio no momento certo, e isso já me rendeu algumas novas oportunidades, mas nada ainda ‘muito grande'”, conta.
Enquanto isso, Matheus, em sua segunda graduação, diz que para sua carreira como designer o projeto é um diferencial interessante e uma ótima adição ao portfólio. “Me formei em design gráfico ontem praticamente e já tenho projetos relevantes, isso é algo que me anima bastante, principalmente pelo apoio e incentivo que recebo”, finaliza.
O projeto completo está disponível no porfólio online dos vencedores. Caso você queira conhecer todas as aplicações, confira aqui.