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Processo criativo e apresentação de marca

Uma das grandes indagações dos designer iniciantes é como construir uma boa marca? Existe um passo-a-passo? A resposta obviamente é não, entretanto, é possível usar várias ferramentas e técnicas que facilitam o processo, mas ainda assim é contundente declarar que cada profissional desenvolve seu próprio processo e ritmo ao longo do anos.

Algumas técnicas auxiliam nessa jornada, e não somente na construção, mas na apresentação final para o cliente.

Basicamente o “poder”, se é que assim podemos chamar, está no processo criativo, ou seja, no ato de investir, pesquisar, organizar e exprimir todo conceito curado em um signo que seja capaz de representar quem aquela empresa é.

A criação de marca, assim como todo processo de criação está diretamente ligado a bagagem cultura, social, literária. A criatividade é fruto do substrato social, tudo que vemos, lemos, escutamos nos influencia em nossas criações, isso pode ocorrer de maneira direta ou indireta.

Para estabelecer um processo criativo, ou fluxo de criação, é importante decidir quais ferramentas são apropriadas pra você. A maioria dos designers inicia com um mapa mental.

Mapa Mental
O mapa mental é uma ferramenta que auxilia no processo primário de definição. A construção dele é feita a partir de termos ou imagem associadas a elas. Por exemplo, se você escrever amor no papel, deve listar uma série de outros termos correlatos a ele, sempre tentando fugir de conceitos óbvios, a ideia é justamente conseguir quebrar a superficialidade e ir de encontro a ideias mais complexos.

O mapa mental possibilita que o designer encontre soluções mais complexas para problemas simples, com esse simples exercício de listar termos e desenhar formas, a mente começa a trabalhar por associação.

Inventário Visual Perceptivo
Como o próprio nome da sugere, essa ferramenta parte do princípio da curadoria de informações referentes a percepção básica em relação a empresa, serviços, valores e outros descritivos. Ela possibilita que o designer consiga encontrar uma ou várias soluções visuais que consigam definir de forma eficaz o negócio e seus valores.
Para construção do inventário, quatro simples perguntas devem ser respondidas.

O que? Para que serve? Quem usa? Quais os benefícios?

As quatro indagações possibilitam que uma visão geral do empreendimento seja criada, e a partir dessas definições os argumentos e pilares de marca sejam expressados.

O exemplo abaixo é um inventário desenvolvido para uma marca de um instituto que trata de dependentes químicos. A partir do levantamento ficou mais fácil identificar quais valores a marca deveria carregar, e nesse caso o passo seguinte foi desenvolver o mapa mental para destrinchar esses termos em signos.

O resultado foi um símbolo que reuniu os valores intrínsecos ao trabalho desenvolvido, que nesse caso era a conexão entre a clínica e o paciente, e o a relação entre os serviços prestados e os valores religiosos da instituição.

Apresentação e defesa
Com o resultado de vários dias de pesquisa em mãos, ou seja, a marca em propriamente dita, o próximo passo é montar uma apresentação que evidencie para o cliente o laborioso processo que se originou a partir do briefing preenchido por ele.

Nesse modelo de apresentação, o cliente tem acesso a cada passo do projeto, inclusive, antes da apresentação ser iniciada, uma lâmina da apresentação introduz as etapas já desenvolvidas e prepara-o para as demais.
Nesse modelo a apresentação segue a seguinte estrutura:

  1. Construção conceitual de marca;
  2. Importância da marca;
  3. Etapas de desenvolvimento;
  4. Inventários Visual Perceptivo
  5. Moodboard – Referências
  6. Pilares de marca;
  7. Logotipo oficial;
    (Processo de construção, se houver grid).
  8. Vídeo de apresentação;
  9. Cromia institucional;
  10. Tipologia de marca;
  11. Aplicabilidade:
    Papelaria;
    Outdoor;
    Redes Sociais;
    Sinalização
    E outros.
  12. Conclusão.

Esse é o modelo que utilizo para apresentação de marca. O grande diferencial está no processo de construção, o designer consegue introduzir o cliente e deixa-lo ciente de todo o processo, e principalmente, transmite zelo pela marca desenvolvida. O resultado é importante, mas a jornada até finalmente alcança-lo deixa-o ainda mais interessante.

É importante ressaltar que é somente um modelo, cada designer deve seguir o processo que achar interessante, e principalmente, usar o que achar importante dessa proposta e montar a sua.
Gostou dessa ideia? Usa outro método?

Conta pra gente nos comentários.

Até a próxima 😀

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