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Anamorfismo aplicado ao branding

Com a ascensão e popularização dos conceitos de marketing e design, mais profissionais são formados a cada dia e uma avalanche de novas marcas surgem no mercado. Com isso, construir uma identidade distinta que conquiste a atenção do usuário tornou-se um desafio muito maior.

Um bom processo de branding leva meses de pesquisa, planejamento e muitos rascunhos. O designer investe longas horas de trabalho e esforço até finalmente alcançar a construção ideal.

Isso ocorre porque o consumidor deseja marcas que tenham um discurso social relevante, e porque não dizer, visualmente disruptiva. Uma ideação diferente do que já foi apresentado no mercado, ou pelo menos que tenha uma construção mais inovadora.

E é dentro desse contexto que entra o anamorfismo. Ele não é uma técnica nova, muito pelo contrário. Muitos artistas já utilizaram aplicações próximas em trabalhos de escultura, ilustração, pintura e muitos outros.

Anamorfose é uma figura que aparentemente disforme ou irregular, por reflexão num determinado sistema óptico (um espelho cilíndrico ou cónico, ou piramidal), gera uma imagem regular do objeto. Palavra de origem grega (an + morphé) que significa sem forma ou deformado.

                                                                     Dicionário Informal

O anamorfismo é um conceito derivado da geologia. Muito utilizado na concepção de materiais cartográficos, como citado, com o tempo outras áreas foram expandindo suas aplicações. Basicamente, ele é uma interação entre aquilo que é real e pode, ou não, ser material.

O escultor Jonty Hurwitz ficou conhecido mundialmente na aplicação do anamorfismo em suas esculturas, criando ilusões visuais, que só podem ser contempladas plenamente a partir de um ponto focal específico. Assista:

A imagem é desconstruída em cima de um plano cartográfico.

Olhando em um primeiro momento parece um amontoado disforme de metal, basicamente uma escultura abstrata ou como o nome sugere, sem forma. Diante de um cilindro, a imagem refletida é reconstruída. Isso ocorre porque o cilindro é uma estrutura convergente, onde os pontos construídos na imagem anamórfica se encontram e formam o objeto.

Na criação de marca, tivemos a alguns anos atrás um exemplo de logo anamórfica, na identidade da 10ª Bienal de design gráfico.

O logo foi desenvolvido pelo escritório de São Paulo, PS2. Nele, é possível ver a imagem do mapa do Brasil dividido por regiões administrativas, temperatura, vento e outros.

Diferentes tipos de mapas – como temperatura, ventos e topografia – foram explorados graficamente para representar a diversidade da produção de design gráfico no Brasil. O logotipo substitui a imagem tradicional da forma de seu mapa geográfico, convidando as pessoas a redescobrir o país a partir de uma nova perspectiva

PS2

É possível ver na imagem acima, o processo de construção da identidade e a projeção cartográfica utilizada.

No geral, criar uma marca é um trabalho que exige esforço, consistência e estudo, onde as ideias e técnicas diferentes ganham espaço.

Curtiu o anamorfismo? Já utilizou em algum trabalho? Conta pra gente nos comentários.

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