Diretor de arte, ilustrador, publicitário, redator, desenhista, diagramador. Entre as tantas possibilidades do ramo da área criativa, o cartunista e designer gráfico Vitor Teixeira, de 29 anos, encontrou nas charges a possibilidade de expressar sua opinião de maneira independente.
Era junho de 2013. Em meio às manifestações que aconteceram no país, ele começou a ficar conhecido por suas opiniões e críticas a temas da sociedade. Foi aí que ele decidiu seguir a carreira no segmento. “Postei alguns desenhos que fizeram algum sucesso nas redes e isso me motivou a dar sequência no trabalho”.
“Não acredite em neutralidade e imparcialidade, esses conceitos não existem. São miragem”.
DCon: Como é o processo de criação de seus trabalhos e quais ferramentas utiliza?
É simples. Acompanho o noticiário diariamente, escolho os temas, matuto um pouco sobre eles e vou pra prancheta. Uso papel e caneta e finalizo digitalmente.
DCon: Além das charges independentes, você já foi convidado para fazer outros tipos de trabalhos?
Claro, antes de ser cartunista, sou ilustrador e designer, então já trabalhei em diversas outras áreas.
DCon: Quais as dificuldades que você encontra atualmente na profissão? Tanto na questão de opinião política quanto na questão de valorização da profissão?
Minha impressão é que as redações ainda não levam o cartum muito a sério. Ainda tratam como um bibelô que vai no canto da página pra deixar ela mais colorida. Um dos motivos desse problema é também a qualidade da charge que se produz no país. Pouco enfrentamento, muita gracinha.
DCon: Recentemente, você postou uma charge “Cartunista do Futuro”. A crítica que você faz em relação aos likes serem como forma de pagamento já não é uma realidade?
Totalmente. Quem se curva demais para o seu público acaba ficando de quatro pra ele.
DCon: Como você vê a questão de direito autoral, já que suas charges são amplamente divulgadas em sites, blogs e outros tipos de mídia?
Não sou capaz de responder, citando Glória Pires no Oscar, mas sempre me deixa puto. Pior é quando portal que você sabe que tem recursos.
DCon: Você recebe com frequência propostas para fazer trabalhos gratuitamente? Como você lida com pedidos do tipo? Ou aceita por causas sociais?
Sempre recebo. Avalio individualmente e faço quando tenho espaço na agenda e acredito na causa.
Jogo rápido
Uma inspiração?
Quino.
Para você, o que é ser desenhista/designer?
É comunicar. Buscar melhores saídas e modelos pra comunicação.
Para quem está começando, qual dica você daria?
Não acredite em neutralidade e imparcialidade, esses conceitos não existem. São miragem.
Mais do trabalho do Vitor, você encontra na sua página.